Aqueles que não nos são estranhos

Aqueles que não nos são estranhos
Editora Mondrongo, 2022

Embora seus significados possam se aproximar e se distanciar um do outro, a palavra estrangeiro traz em si uma porção latente da palavra estranho. Estranhos são todos, quando se deixa a terra natal para trás, a começar de quem parte. Mas para ser de si mesmo é preciso se dar ao outro, e o estrangeiro pressente essa verdade e abre-se. Em si se acende o que lhe é mais claro e lhe serve de bússola nas buscas que os pés terão que fazer. Estranho é o estrangeiro, e quem não é estrangeiro lhe é estranho. Vicente é estrangeiro. Nesse estado de vulnerabilidade, intui e entende que há aqueles que não lhe são estranhos, pessoas nas quais se confia sem conhecer, desde o primeiro olhar, do primeiro aceno, das primeiras palavras trocadas, a quem ele se entrega, se rende, se dá, indo além do receio, da dúvida, do medo. E, dessa forma, se encontram caminhos, se fazem amigos e nascem amores. Ecos desse estranhamento e entrega perpassam todo o livro. Assim se impôs o título Aqueles que não nos são estranhos.

Natan Barreto

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