A roda
A partir do quadro A dança (1910), de Henri Matisse
Na música desse silêncio, a dança
da mágica de mãos que dadas dão
ao ritmo que corre uma invenção,
a roda, que renova uma aliança.
A que se iniciou quando criança,
logo depois que os pés se deram ao chão,
entre o equilíbrio e a atrapalhação
de passos que se perdem na lembrança.
Depois, ficar de pé, já sem segredo,
seguiu caminho seu cada pessoa.
Sem rumo certo, em ruas, um enredo
foi se fazendo solto, preso à proa.
Mas, mesmo tão distante do mais cedo,
o ritmo da roda ainda ecoa.