Viver de vidros
A meu pai
Seus dedos desejavam
o que resta do giz
nos dedos de quem ensina,
palavras apagadas –
as cinzas de uma aula.
Mas em sua mão
um diamante não era um anel,
e sim um utensílio.
Meu pai cortava vidros
com a precisão de quem precisa.
E assim, nos sustentava.